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No dia 11 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Cerrado. A data foi criada em 2003 para que a sociedade reflita sobre a importância de preservar esse que é o segundo maior bioma da América do Sul e do Brasil. Reconhecida como a savana mais rica do mundo, o Cerrado brasileiro abriga uma das maiores diversidades do mundo, com mais de 11 mil espécies de plantas nativas já catalogadas.
O Cerrado brasileiro ocupa uma área de 2 milhões de Km², maior que os territórios da Alemanha, Espanha, Itália, França e Reino Unido juntos. Abrange 22% do território brasileiro, presente nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal e áreas do Amapá, Roraima e Amazonas.
O bioma é considerado o berço das águas brasileiras. Nele, encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata, o que garante também sua enorme biodiversidade de fauna e flora.
A data é uma homenagem ao ambientalista, jornalista e artista Ary José de Oliveira, mais conhecido como Ary Para-Raios, que nasceu neste dia, em 1931, e foi um dos fundadores da Rede Cerrado.
Nas últimas décadas, o bioma tem se destacado como uma das principais regiões agrícolas do mundo, um centro de produção de alimentos com altas produtividades de soja, milho, arroz, algodão, mandioca, cana-de-açúcar, além de carne bovina e leite, destinadas ao consumo da população brasileira e exportação para mais de 170 países em todos os continentes.
O incremento da produtividade de suas lavouras não ocorre de forma desvinculada da necessidade de sua preservação. Pesquisas da Embrapa Cerrados demonstraram que existem mais de 120 espécies nativas do bioma que apresentam potencial madeireiro, ornamental, medicinal, forrageiro ou frutífero. Elas podem ter usos variados, como recuperação de áreas degradadas, recomposição de reserva legal, formação de pomares comerciais, diversificação da produção, entre outros.
É o caso do árvore do baru, uma das espécies do Cerrado mais promissoras para o cultivo. Seu uso é indicado em sistemas integrados, com a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), em substituição ao eucalipto, principal gênero usado nesses sistemas. A vantagem dessa opção é que, além da madeira, o produtor terá uma valiosa semente, o baru, cuja demanda tem crescido nos últimos anos no Brasil e no exterior. Estima-se que a sua comercialização aumentará 25% entre os anos de 2019 e 2029, com crescente valor de mercado, e o Brasil é o principal país do mundo a produzir essa espécie (leia mais em: Árvore do baru é excelente alternativa para cultivo em ILPF).
Recentemente, pesquisadores da Embrapa Cerrados tiveram sucesso na enxertia de mudas de baru, possibilitando a multiplicação de árvores com características interessantes para produção. A técnica permite que os produtores selecionem as melhores plantas para formar pomares uniformes, com alta produtividade, com menor prazo para início da produção. A técnica tem sido muito usada para produção florestal no Brasil, proporcionando aumento da produtividade de florestas plantadas. Mas seu uso em espécies arbóreas n ativas ainda é incipiente. Com o resultado desse trabalho, a enxertia se mostra como uma boa opção para multiplicar espécies promissoras nativas do Cerrado (leia mais em: Pesquisadores conseguem produzir mudas de baru por meio de enxertia).