A tentativa de Elon Musk de processar a organização Center for Countering Digital Hate (CCDH) por um relatório apontando proliferação de discurso de ódio e desinformação em contas com selo azul fracassou: um juiz federal da Califórnia, onde a ação foi protocolada, decidiu pelo arquivamento. A ONG, com escritórios em Londres e em Washington, havia sido acusada em julho do ano passado de “afastar anunciantes” do Twitter/X, causando perdas de “dezenas de milhões de dólares”, e de tentar impedir o diálogo público. A advogada que defendeu o CCDH é Roberta Kaplan, a mesma que venceu uma causa de US$ 83,3 milhões contra Donald Trump em nome da colunista E. Jean Caroll.Por que Elon Musk abriu processo contra a ONG
O relatório da ONG que motivou o processo constatou que o Twitter não agiu em 99% dos posts com discurso de ódio em contas que compraram o selo de autenticidade, permitindo a circulação de conteúdo racista, misógino, homofóbico, neonazista, antissemita e conspiracionista mesmo depois de sinalizados, endossados pela chancela de confiáveis. A adoção de pagamento para contas verificadas, que antes de Musk comprar a plataforma eram gratuitas, foi uma das medidas mais controvertidas do empresário, apontada como responsável por validar perfis de pessoas ou organizações com histórico de desinformação e discurso de ódio. O processo movido por Elon Musk acusava também a ONG de ter violado os termos de serviço ao acessar supostamente de forma indevida os dados do site, e afirmava que a organização seria financiada por governos estrangeiros e por empresas de mídia tradicional que enxergam o Twitter / X como concorrente.
Para o magistrado, “a motivação da X Corp. para mover o processo é evidente: punir o CCDH pelas publicações que criticaram a X Corp. – e talvez para dissuadir outros que possam querer se envolver em tais críticas.”
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