domingo, 30 de junho de 2024

Rei Leão, 30 anos: como a história que não era a aposta da Disney virou um sucesso planetário

por Joel Gray | Sheffield Hallam University * - Há trinta anos, o público conheceu a história épica da jornada de um pequeno leão para encontrar a si mesmo e sua família – e a Disney não imaginou naquele momento o impacto retumbante em que O Rei Leão acabaria se transformando quando foi lançado, em 1994. Na verdade, eles não acreditaram que a produção seria um sucesso.  Nas décadas de 80 e 90, o estúdio cinematográfico teve excelentes resultados com os filmes de animação A Pequena Sereia (1989) e A Bela e a Fera (1991). Isso deixou os profissionais da Disney decididos a continuarem criando histórias de princesas.
O executivo da Disney e de Hollywood Jeffrey Katzenberg apostava na época em Pocahontas (1995) como seu próximo sucesso.
Rei Leão 30 anos: o sucesso não esperado
Assim, o desenvolvimento do Rei Leão foi realizado por artistas e roteiristas que deveriam produzir algo esperado para ser apenas o segundo melhor. Foi esse sentimento de desvantagem que resultou na equipe criativa e competitiva que produziu essa história de sucesso original (não é uma releitura direta de Hamlet, como alguns podem pensar).
No estilo de produções anteriores, a Disney fez questão que o filme colocasse a música como protagonista da narrativa, unindo o compositor Hans Zimmer (Rain Man, Gladiador) com o letrista Tim Rice (Aladdin, Jesus Christ Superstar) e o aclamado astro pop internacional Elton John.
Essa combinação de talentos resultou em uma trilha sonora que rendeu ao filme dois Oscars em 1995 ( melhor trilha sonora e melhor canção original por Can You Feel The Love Tonight? ).Disney x Pixar
Após o sucesso inicial de O Rei Leão, os filmes subsequentes da Disney (incluindo Pocahontas) não corresponderam às expectativas comerciais.
A partir de meados dos anos 90, o domínio da Disney nas bilheterias de filmes de animação foi superado pela Pixar e seus sucessos, incluindo Toy Story.
A Disney não teve muito sucesso até 2010, quando adotou a animação CGI 3D como principal técnica de produção de seus filmes. Esse novo estilo foi aplicado ao seu formato testado e comprovado de recontar contos de fadas clássicos e colocar a música no centro da narrativa, levando a sucessos como Tangled (Enrolados/2010) e Frozen (2013).
O sucesso duradouro do Rei Leão, que completa 30 anos, deve ser um momento de clareza notável para a Disney: com foco em animação de boa qualidade e narrativa musical sólida, até o inesperado pode se tornar um sucesso estrondoso.
Sobre o autor
Joel Gray é pesquisador e professor de Mídia, Arte e Comunicação na Sheffield Hallam University, onde ocupa também o cargo de reitor associado na Faculdade de Negócios, Tecnologia e Engenharia. Seus campos de pesquisa incluem cultura visual, cultura popular e marketing estratégico.
Este artigo foi publicado originalmente no portal acadêmico Conversation e é republicado aqui sob licença Creative Commons.





Redação MediaTalks

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