Era manhã de 23 de junho de 1996, um domingo por volta das 11h, Suzana e Paulo César seriam encontrados mortos, na cama, cada qual com um tiro no peito. Rapidamente a polícia de Alagoas, concluiu que numa crise de ciúme, Suzana atirou no namorado e, em seguida apontou o Rossi calibre 38, contra o próprio corpo e puxou o gatilho. Ninguém engoliu e achou uma farça. Durante anos, os dois lados em contenda agarram-se a laudos divergentes, elaborados por diferentes equipes de peritos que, durante a investigação das mortes de Paulo César e Suzana, debruçaram-se sobre o cenário do crime. “Não tenho dúvidas de que havia mais alguém na cena do crime, além de PC e Suzana. Foi essa terceira pessoa quem matou os dois”, afirma o jornalista Lucas Figueiredo, autor do livro Morcegos Negros: PC Farias, Collor, Máfias e a História que o Brasil Não Conheceu. O fato é que PC Farias era uma Caixa-preta humana contendo segredos do esquema de corrupção que escandalizara o Brasil e que, menos de quatro anos antes, em 1992, levou ao impeachment e à renúncia do ex-presidente Fernando Collor de Mello que tinha PC Farias como tesoureiro da campanha. Seis meses separaram a saída de PC da prisão e aquela manhã de domingo em que ele apareceu morto na casa de veraneio na praia de Guaxuma, na capital alagoana.
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