segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Ensino bilíngue já é uma realidade na educação brasileira, diz educadores

O ensino bilíngue já há alguns anos tem ganhado importância na educação brasileira. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Ensino Bilíngue, entre 2014 e 2019, mostrou que o crescimento das instituições bilíngues especificamente no setor privado foi de 6% a 10%. Em 2020, o Conselho Nacional de Educação (CNE) instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Plurilíngue no Brasil. O documento conta com definições e regulamentações voltadas para escolas bilíngues e está no portal do Ministério da Educação. “Estudos comprovam que ao aprender a falar línguas na educação infantil, principalmente a questão de falar um segundo idioma na fase adulta (o inglês, por exemplo), sem sotaque, sem dificuldades, já será um diferencial na vida do estudante, pois o cérebro considera as duas línguas como maternas. Por isso, essa pessoa nunca terá de fazer um esforço para pensar em inglês, por exemplo, caso essa seja a segunda língua dela. É como acontece em família, quando temos pais que falam idiomas diferentes, isso também pode ser feito em uma escola infantil”, explica Fernanda King, pedagoga e especialista em educação infantil, diretora da escola Petit Kids Cultural Center em São Paulo, que já trabalha o bilinguismo com crianças entre 3 e 6 anos. O pensamento sobre o aprendizado na primeira infância de um outro idioma é corroborado pela especialista Andressa Diniz, coordenadora bilíngue do Colégio Progresso Bilíngue Santos, no Litoral Sul de São Paulo. Para ela, o ensino bilíngue deve ocorrer de maneira planejada e interdisciplinar - não só desenvolvendo as habilidades de compreensão já conhecidas como listening, speaking, reading e writing- composto em programas curriculares com inglês como segundo idioma- como também a imersão com foco na comunicação e a inserção da língua no ambiente diário, integrando conhecimentos que promovem a fluência a partir dos primeiros anos de aprendizado. "Em nossa escola, temos por objetivo é permitir que nossos alunos possam contar com orientações de coordenadores pedagógicos bilíngues que juntos asseguram que não somente nossos conteúdos estejam equiparados aos altos padrões de ensino mas também fornecendo recursos e escolhendo profissionais qualificados que promovam o espírito de um ambiente que enriqueça nossos alunos internacionalmente. Sabemos que esse aprendizado fará toda diferença para esses alunos no futuro”, comentou Andressa. De acordo com Sr. Lyle French, Head de International Programs do colégio Lourenço Castanho, o trabalho com várias línguas é importante para os alunos em um momento competitivo. “Isso abre portas para que o aluno pense em estudar fora no Ensino Médio, fazer uma faculdade de alto nível no Brasil ou se tiver que dominar o inglês, por exemplo, para conseguir boas oportunidades de trabalho”. Uma pesquisa do British Council aponta que mais de 40% das empresas hoje consideram o domínio do inglês como uma competência básica essencial. A língua inglesa é um dos pilares do ensino da escola, que coloca em prática o World Language Program, que tem como intuito tornar o aluno proficiente em inglês. “É comum no Brasil as pessoas falarem que são fluentes em inglês, mas a verdade é que precisa ser proficientes na fala, na leitura e na escrita”, diz Lyle. Do ponto de vista cognitivo, aprender uma segunda língua pode fortalecer a capacidade cognitiva do indivíduo ao longo da vida. Diferentes pesquisas demonstram que aqueles que falam mais de uma língua podem apresentar habilidades cognitivas acima da média. Para Fernanda King, essas habilidades são estimuladas com maior potencialidade ainda nos primeiros anos das crianças, para ela, o aprendizado da segunda língua no sistema de imersão é a forma na qual ela mais acredita, sendo a forma na qual sua escola trabalha. “Trabalhamos no sistema de imersão, onde uma professora fala em português uma parte do tempo e outras falam naturalmente em inglês com essas crianças, assim como você ensina uma criança falar uma primeira língua, você ensina duas, então, por meio de gestos, entonação de voz, as crianças fazem associações e aprendem de forma natural a falar corretamente dois idiomas. Hoje, falar inglês para conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho é algo básico, aprendendo na primeira infância, de forma natural, acabará fazendo uma diferença enorme no futuro dessas crianças”, finaliza Fernanda. Site

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