terça-feira, 8 de novembro de 2022

51 ANOS SEM FLÁVIO MOLINA

Flávio Carvalho Molina nasceu e cresceu no Rio de Janeiro. Cursou o ensino secundário no Colégio Mallet Soares, em Copacabana. Muito jovem participou de atividades políticas e manifestações. Em 1968, já na Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi preso por participar de manifestação estudantil  na assembleia de estudantes, convocada pela UNE, episódio considerado o estopim para a Passeata dos Cem Mil. Flávio foi liberado no dia seguinte, após ter sido fichado. Militou na Ação Libertadora Nacional (ALN) e no Movimento de Libertação Popular (Molipo). Em 1969, devido às perseguições pelos órgãos da repressão, trancou a matrícula na universidade e passou a viver na clandestinidade. Usou os codinomes André, Fernando, Armando e Alváro Lopes Peralta. Saiu do país pela fronteira com o Uruguai em 22 de outubro de 1969 e se exilou em Cuba. Teve sua prisão decretada nesse mesmo ano, em 6 de novembro, e depois uma segunda vez no ano seguinte, em 30 de janeiro. Retornou ao Brasil em 1971. Flávio Carvalho Molina morreu em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas no dia 6 de novembro de 1971, em São Paulo, por agentes do DOI-CODI/SP. Foi torturado até a morte no dia seguinte, como afirma o relatório da CEMDP. De acordo com Gilberto Molina, irmão de Flávio, em depoimento à Comissão Justiça e Paz, José Carlos Gianini e a advogada Maria Luiza Bierrembach, presos que estiveram no DOI-CODI de São Paulo, informaram que viram Flávio no local no dia 4 de novembro daquele ano, o que demonstra que, ao contrário do que dizia a versão oficial, Flávio já estava nas dependências do DOI-CODI quando morreu. Em 1990, uma vala foi descoberta e encontradas 1.049 ossadas, entre as quais estaria a de Flávio Carvalho Molina. Após a identificação, os restos mortais de Flávio foram trasladados para o Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

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