quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

ANGELO AGOSTINI - O GÊNIO DA CARICATURA NO IMPERIO

Revista Illustrada, n. 471, p. 5, 19 nov. 1887
Disputado por escravocratas e abolicionistas, a quem dirige um olhar que mistura medo e súplica, descalço e usando roupas brancas, este personagem é a própria imagem da incapacidade. Sua esperança está voltada para os abolicionistas, de cuja ação seria dependente. Nessa espécie de cabo de guerra, o escravo é a corda. Bem verdade que não é uma corda qualquer, pois sua feição de súplica e o esforço que faz para pender para o lado abolicionista são expressão inequívoca de sua vontade. Ao final, parece que os esforços de Angelo Agostini e de seus colegas abolicionistas lograram êxito: ao mesmo tempo que contribuíram para a extinção da escravidão, produziram a imagem do ente incapaz, vadio, perigoso, desfigurado e oprimido que deveria ser cuidado, guiado e instruído, por não ser considerado pronto para dirigir seu próprio destino.

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