Um salto gigantesco para o setor aeroespacial brasileiro foi dado em São Carlos em dezembro, quando um balão estratosférico foi lançado da área II do campus da USP – Foto: Divulgação
Ele disse “não” a uma vaga de emprego na maior agência espacial do mundo: a Nasa. Mas antes que você encontre motivos para a negativa do engenheiro espacial Lucas Fonseca à agência norte-americana, saiba que existe uma ótima explicação: ele só disse “não” porque preferiu participar do que considera “a maior conquista do espaço dos últimos 30 anos”, a missão Rosetta. O projeto da Agência Espacial Europeia enviou uma sonda ao espaço para estudar e, posteriormente, pousar no cometa 67P, que orbita nosso sistema solar.
Essa história começou quando Fonseca era criança. Ele sempre foi fascinado pelos mistérios do Universo e carregava o sonho de ser astronauta. Visitou por duas vezes a base da Nasa no Cabo Canaveral, na Flórida, onde se encantou com os foguetes e traçou como objetivo que um dia trabalharia naquele lugar. Os anos foram se passando e o sonho ficando cada vez mais aceso. Como na época não existiam no Brasil cursos de graduação voltados à área aeroespacial, ele decidiu estudar Engenharia Mecatrônica na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.
Foi durante esse período que o então estudante começou as tentativas de, despretensiosamente, realizar seu desejo. “Eu enviei meu currículo para a Nasa inúmeras vezes, mas nunca fui chamado.” Isso não abalou Fonseca, que manteve a persistência. Depois de concluir a graduação, resolveu se aproximar mais da sua área de interesse e ingressou no mestrado em Engenharia Espacial no Instituto Superior de Aeronáutica e Espaço de Toulouse, na França. Eis que, após o término do curso e de diversas tentativas frustradas, o momento mais aguardado de sua vida chegou: o convite da Nasa.
.
Ele disse “não” a uma vaga de emprego na maior agência espacial do mundo: a Nasa. Mas antes que você encontre motivos para a negativa do engenheiro espacial Lucas Fonseca à agência norte-americana, saiba que existe uma ótima explicação: ele só disse “não” porque preferiu participar do que considera “a maior conquista do espaço dos últimos 30 anos”, a missão Rosetta. O projeto da Agência Espacial Europeia enviou uma sonda ao espaço para estudar e, posteriormente, pousar no cometa 67P, que orbita nosso sistema solar.
Essa história começou quando Fonseca era criança. Ele sempre foi fascinado pelos mistérios do Universo e carregava o sonho de ser astronauta. Visitou por duas vezes a base da Nasa no Cabo Canaveral, na Flórida, onde se encantou com os foguetes e traçou como objetivo que um dia trabalharia naquele lugar. Os anos foram se passando e o sonho ficando cada vez mais aceso. Como na época não existiam no Brasil cursos de graduação voltados à área aeroespacial, ele decidiu estudar Engenharia Mecatrônica na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.
Foi durante esse período que o então estudante começou as tentativas de, despretensiosamente, realizar seu desejo. “Eu enviei meu currículo para a Nasa inúmeras vezes, mas nunca fui chamado.” Isso não abalou Fonseca, que manteve a persistência. Depois de concluir a graduação, resolveu se aproximar mais da sua área de interesse e ingressou no mestrado em Engenharia Espacial no Instituto Superior de Aeronáutica e Espaço de Toulouse, na França. Eis que, após o término do curso e de diversas tentativas frustradas, o momento mais aguardado de sua vida chegou: o convite da Nasa.
.
Fonseca sempre foi fascinado pelos mistérios do Universo – Foto: NT Jornalismo/ID via Youtube
Mas o que era para ser um instante de extrema felicidade tornou-se uma incógnita. Ele não esperava que, junto ao convite da agência americana, receberia a oportunidade do governo alemão de trabalhar para a ESA na missão Rosetta. A grandeza e a importância do projeto fizeram com que optasse por ficar na Europa, decisão de que não se arrepende: “Fui o único brasileiro a participar da equipe, isso me dá bastante credibilidade nos dias de hoje”.
Mas o que era para ser um instante de extrema felicidade tornou-se uma incógnita. Ele não esperava que, junto ao convite da agência americana, receberia a oportunidade do governo alemão de trabalhar para a ESA na missão Rosetta. A grandeza e a importância do projeto fizeram com que optasse por ficar na Europa, decisão de que não se arrepende: “Fui o único brasileiro a participar da equipe, isso me dá bastante credibilidade nos dias de hoje”.
Novos desafios
A sede pela exploração espacial dificilmente será saciada por Fonseca algum dia, tanto que, quando voltou ao Brasil em 2013, já trazia na bagagem uma nova ambição: executar uma missão no País que ultrapassasse a órbita terrestre. Junto com Douglas Galante, pesquisador graduado em Ciências Moleculares pela USP e especialista em astrobiologia, elaborou um experimento. “Vamos estudar como alguns seres vivos reagem a ambientes extremos. Para isso, enviaremos bactérias dentro de um pequeno satélite que irá circular por um ano na órbita da Lua. Dessa forma, poderemos descobrir se elas sofrem algum tipo de alteração genética”, explica Fonseca.
O projeto do satélite lunar recebeu o nome de Garatéa-L e é coordenado por Fonseca. Além de receber suporte de empresas e institutos europeus, conta com a participação do Grupo Zenith, da EESC, o qual Fonseca ajudou a fundar. Também contribuem com o projeto pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do Instituto Mauá de Tecnologia e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Amor pelo desconhecido
Um pequeno passo para o Garatéa-L e um salto gigantesco para o setor aeroespacial brasileiro foram dados em São Carlos no dia 19 de dezembro do ano passado, quando um balão estratosférico foi lançado da área II do campus da USP. Havia uma sonda acoplada a esse balão, que foi batizada de Garatéa II – assim chamada por ser o segundo voo da série a levar experimentos a uma altitude de até 30 km. A essa distância do chão, a pressão atmosférica é um centésimo da encontrada ao nível do mar e a camada de ozônio já começa a ficar para trás, permitindo alta incidência de raios ultravioleta do Sol. Os experimentos e componentes enviados por esse balão serão incorporados, mais tarde, ao satélite lunar Garatéa-L.
.
A ideia da missão coordenada atualmente por Fonseca é colocar um experimento científico na órbita da Lua – Foto: Divulgação
Esse será o tema do bate-papo De São Carlos para o espaço: a fronteira final, que acontecerá durante o festival de divulgação científica Pint of Science, na noite de 15 de maio, em São Carlos. É quando o público poderá conhecer detalhadamente o projeto, saber mais sobre as novas tecnologias aeroespaciais que estão sendo desenvolvidas e esclarecer as dúvidas diretamente com Lucas Fonseca, Douglas Galante e mais dois convidados: o filósofo Alexey Dodsworth e o jornalista Salvador Nogueira.
Fonseca e Galante também participarão do festival em Campinas, durante o bate-papo Da poeira às estrelas, como a humanidade pode conquistar o universo?, na noite de 17 de maio. Quem estiver presente, descobrirá que tipo de tecnologias devem ser desenvolvidas para que possamos habitar outros planetas.
“O Brasil não investe muito no campo aeroespacial e, se não começarmos a falar mais sobre o tema e motivar as pessoas a entender e até mesmo querer trabalhar no ramo, vai chegar um momento em que será inviável correr atrás do tempo perdido”, conta o engenheiro, que é proprietário de uma empresa de tecnologia espacial, a Airvantis. Enquanto luta por maior visibilidade da pesquisa espacial, Fonseca prosseguirá em busca de novas descobertas: “Fazer o que ainda ninguém fez me motiva muito. Por isso, eu amo o desconhecido”.
Esse será o tema do bate-papo De São Carlos para o espaço: a fronteira final, que acontecerá durante o festival de divulgação científica Pint of Science, na noite de 15 de maio, em São Carlos. É quando o público poderá conhecer detalhadamente o projeto, saber mais sobre as novas tecnologias aeroespaciais que estão sendo desenvolvidas e esclarecer as dúvidas diretamente com Lucas Fonseca, Douglas Galante e mais dois convidados: o filósofo Alexey Dodsworth e o jornalista Salvador Nogueira.
Fonseca e Galante também participarão do festival em Campinas, durante o bate-papo Da poeira às estrelas, como a humanidade pode conquistar o universo?, na noite de 17 de maio. Quem estiver presente, descobrirá que tipo de tecnologias devem ser desenvolvidas para que possamos habitar outros planetas.
“O Brasil não investe muito no campo aeroespacial e, se não começarmos a falar mais sobre o tema e motivar as pessoas a entender e até mesmo querer trabalhar no ramo, vai chegar um momento em que será inviável correr atrás do tempo perdido”, conta o engenheiro, que é proprietário de uma empresa de tecnologia espacial, a Airvantis. Enquanto luta por maior visibilidade da pesquisa espacial, Fonseca prosseguirá em busca de novas descobertas: “Fazer o que ainda ninguém fez me motiva muito. Por isso, eu amo o desconhecido”.
Sobre o Pint of Science
Neste ano, 22 cidades brasileiras vão sediar o Pint of Science, nas noites de 15, 16 e 17 de maio. Em São Carlos, o evento é realizado pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP; já em Campinas, a iniciativa é realizada pela NuminaLabs. Diversos pesquisadores brasileiros, de diferentes áreas do conhecimento, estarão à disposição para conversar com o público nos bares e restaurantes onde a iniciativa ocorrerá. A participação no evento é gratuita e os interessados só pagarão o que consumirem nos locais. Confira a programação completa no site www.pintofscience.com.br.
Henrique Fontes / Assessoria de Comunicação do Pint of Science Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário