O nome como uma dramaturgia de possíveis variações para além de si. Um estilhaço biográfico e performático para ativar presenças e revelar-se em múltiplas possibilidades. Muitos “eus” num só corpo, relativizando as implicações entre o particular e o comum, numa identidade regurgitada de muitos brasis. Estreia nesta sexta-feira, 26 de maio, às 19h, no Teatro Gregório de Mattos, a dança/show/desfile/ritual “Isaura Suélen Tupiniquim Cruz”, um solo de Isaura Tupiniquim com direção de Leonardo França e colaboração de Sheila Ribeiro. A temporada segue até dia 4 de junho, de sexta a domingo, com ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
O nome “Isaura Suélen Tupiniquim Cruz” ecoa de modo estratégico as múltiplas tensões e coexistências do país. Um nome como uma cartografia coletiva, vertigem de uma complexidade cultural. Aqui, o interesse em duvidar daquilo que é supostamente próprio ou identitário (o nome, a dança, a moda) se torna uma abertura ao comum: nossa abundância de rastros. Um encontro comum com a multiplicidade de cada pessoa, em cada nome. Por isso, uma dança como show, um show como desfile, um desfile como rito, uma mulher como outros, outras. O desafio se alimenta pela noção de “multivíduo”, do antropólogo italiano Massimo Canevacci, uma das principais referências da obra. Outras inspirações são o pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol e o poeta baiano Waly Salomão.
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