(DINO) Um grupo de cientistas do Centro de Estudos Avançados em Floticultura (CEAF), localizado na região de O'Higging, no Chile, vem trabalhando desde 2009 no desenvolvimento de novas espécies de árvores que sejam mais resistentes aos efeitos das mudanças climáticas e do crescente aquecimento global, que seriam as chamadas "super árvores". De acordo com um dos diretores do projeto, Felipe Gaínza, reporta o executivo Marcio Alaor, o maior desafio dos pesquisadores do CEAF consiste em trabalhar geneticamente as raízes das árvores através de novos porta-enxertos, o qual consiste em um método de propagação vegetativa artificial desses vegetais.Atualmente, o foco desses cientistas está nas árvores de frutas que possuem caroços internamente, como é o caso das árvores de pêssegos, nectarinas e cerejas. Para tornar essas espécies mais resistentes, os pesquisadores estão realizando análises a nível molecular com o objetivo de observar como se comportam determinados genes perante os problemas causados pelas mudanças climáticas repentinas, noticia o executivo. Segundo um dos especialistas do CEAF, esses estudos são feitas tanto a nível fisiológico, para que seja determinado de forma precisa quais mudanças são geradas dentro da planta, como também a nível anatômico, para se observar quais são as adaptações que a própria planta realiza frente às mudanças, e a nível de campo, para conseguir analisar como aquela espécie age no seu ambiente natural, informa Marcio Alaor.
No ano de 2011, recorda Marcio Alao, os cientistas começaram a cruzar nove seleções de porta-enxertos de caroços de fruta com o objetivo de melhorar a sua tolerância às condições de temperatura extremas. Como resultado desse experimento, está o fato dos pesquisadores terem descoberto que a espécie híbrida entre um pessegueiro e uma amendoeira, apresenta mais resistência à seca e aos nematóides, um tipo de parasita do solo bastante comum que costuma afetar as raízes, do que as espécies originais.
Além disso, os pesquisadores utilizam técnicas de biotecnologia para conseguir clonar os genes das plantas que apresentam mais resistência e tolerância para que assim, através de seu DNA, sejam desenvolvidas novas ferramentas moleculares que possam ajudar a selecionar quais os porta-enxertos adequados que estão sendo desenvolvidos pelo CEAF, noticia Marcio Alaor. Se esse experimento obtiver êxito, os alcances dessa pesquisa certamente terão alcance mundial e serão umas das principais criações dos últimos anos. Segundo os cientistas responsáveis pelo projeto, caso tudo permaneça em ordem, as primeiras espécies mais resistentes poderiam começar a ser comercializadas e plantadas a partir de 2019.
Essas "super árvores", informa o executivo, estariam preparadas para enfrentar uma série de contratempos como secas, quedas do regime pluviométrico e uma concentração maior de ventos, geadas e tempestades, situações essas que estão se tornando cada vez mais comuns com o aquecimento global. Além disso, os especialistas também acreditam que caso essas “super árvores” realmente consigam o efeito esperado, será possível reverter parte do prejuízo prevista para a agricultura nos próximos anos em razão das mudanças climáticas, noticia o empresário Marcio Alaor.
Fonte: Exame
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