quarta-feira, 8 de maio de 2024

EXPOSIÇÃO RETRATA A FORÇA E A BELEZA DAS MULHERES NO ESPAÇO CULTURAL DA ALBA

Foto: JulianaAndrade/AgênciaALBA

Mostra coletiva reúne trabalhos das artistas plásticas Alba Liberato, Mônica Colucci, Teka Portela e Cláudia Reis.  “4 por 4 Dezesseis gestos por quatro Mulheres” é o nome da exposição iniciada nesta segunda-feira (6), no Espaço Cultural Josaphat Marinho da Assembleia Legislativa. A mostra coletiva reúne trabalhos das artistas plásticas Alba Liberato, Mônica Colucci, Teka Portela e Cláudia Reis, podendo ser apreciada pelos servidores públicos e visitantes da ALBA até a próxima sexta-feira (10). Na semana das comemorações do Dia das Mães, a Natureza Feminina, seguindo entre o figurativo e o abstrato, marca presença nas obras apresentadas aos olhares do espectador. “São temas divergentes que se unem pela força do gesto que cada mulher gera em suas telas. Tintas, grafismos, tecidos, sementes e folhas que se transformam na sensibilidade que a Natureza Mãe inspira nessas mulheres. Acolhedora e amorosa exposição”, resumiu a organizadora e produtora cultural Edneia Andrade.Teka Portela, nascida em Salvador, é artista visual autodidata, com trabalhos realizados de colagem, desenho, pintura em porcelana, além de entalhe em madeira, pintura acrílico, aquarela, vidro e tecido. Sempre com um toque pessoal, Teka adora pintar abstratos, flores, jarros e a natureza tropical de sua cidade natal. Para a Casa do Povo, a artista já doou um quadro em homenagem à Santa Dulce dos Pobres, que está na capelinha de madeira da instituição política. Dessa vez, ela trouxe as telas em acrílico sobre tela “Cacto em Flor”, simbolizando a vegetação da capital baiana; “Moça Bonita”, inspirada na força e doçura da Gabriela Cravo e Canela, do escritor Jorge Amado; “Homenagem às Mulheres no Outubro Rosa”, uma reflexão para que elas cuidem da saúde; e “Saveiros da Bahia”, antigas embarcações que navegavam pelas águas da Baía de Todos os Santos.
“Eu gosto de representar a força feminina, a maternidade da mulher que gera amor, arte, união e felicidade. Amo também pintar flores, minha avó Helena Lanat era florista, bem como adoro arte sacra, sincretismo e a beleza das tradicionais baianas. Enfim, sou apaixonada pela minha terra, minha Bahia querida”, enfatizou Teka Portela, garantindo estar feliz por expor sua arte no Poder Legislativo e também dividir o espaço cultural com outras renomadas artistas.
SENSIBILIDADE
Formada em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia, a artista plástica e arte-educadora Cláudia Reis é também especialista em Arteterapia. Pinta temas como paisagens, retratos, figuras humanas e abstratos, usando diversas técnicas nas telas, e ainda ministra aulas de desenho e pintura no seu curso Companhia da Pintura, que está completando 15 anos de existência. As quatro telas, exibidas na exposição, retratam sua versatilidade em passear por vários temas e estéticas artísticas. “Cavalo”, representa a força física do animal, uma alusão à beleza e resiliência da mulher; “Sensualidade”, em acrílico sobre tela, enaltece o corpo feminino; Já “Sensibilidade”, com pose retraída, apresenta a delicadeza da mulher; Por fim, o quadro “Sagrado”, indica uma natureza em flor, como se fosse a mãe terra. “Aqui é um espaço de trabalho, de seriedade, e que propõe essa beleza toda para que as pessoas, quando chegarem para suas atividades, se depararem com a arte, que dá uma leveza, no dia a dia, para as pessoas que frequentam o Legislativo. Para mim é uma grande honra mostrar o meu trabalho, principalmente como arteterapeuta. Busco isso mesmo, o bem-estar através da arte para todos. Então, minha proposta é essa: apresentar a força e a beleza feminina”, definiu a artista plástica Cláudia Reis.
GRAFISMOS
O vasto currículo de Mônica Colucci impressiona. Profissão: artista plástica/educadora. Escolaridade: Bacharel em Pintura e Licenciatura Plena em Artes Plásticas, Faculdade de Belas Artes de São Paulo, e pós-graduada em Educação e Contemporaneidade, mestrado pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Colucci é palestrante internacional e ainda vencedora do Prêmio Jabuti 2001- 1º lugar, Coleção Artes-Pranchas de Linguagem Visual; e Prêmio Arte na Escola Cidadã 2008- 1º lugar, Fundação Iochpe/Unesco. A artista plástica mostra para o público as obras “Nossas Camadas”, referindo-se às nossas peles, pelos e órgãos, assim como as camadas das árvores com suas essências, base, raízes, delicadeza e força; “Grão de Areia”, um desenho à natureza, uma homenagem, um respeito à sua força exuberante; “Fiando o Amor”, um papel de carta para pessoas amadas, flores e cascas secas de presentes recebidos que compõem o fiar do amor; e, por último, “Em Cantos”, simbolizando os cantos, lugares, presenças e ausências que surgem com a colagem dos azulejos de cerâmica, imitando os portugueses.
“Minha expressão vem com o grafismo. Eu junto materiais, elementos diversos, que são camadas de papéis, de linhas, de tecidos, de cerâmica. Isso tudo traz um pouco de minhas histórias, memórias e camadas de pele, onde o amor, o grão de areia desse universo, os cantos e encantos estão presentes. É um conjunto de gerar emoções e sensações. O espectador aqui vai se identificar com a obra, com o tema, e estar neste espaço, que é tão generoso no sentido de amplitude, é um prazer, um privilégio para todas nós”, exaltou Mônica.
BOI ARUÁ
Alba Liberato, autodidata ligada a Chico Liberato em arte, afeto e cinco filhos em 57 anos unidos, atua desde a década de 60 com protestos antirregime. Na década de 70, a Jornada de Cinema da Bahia abriu o horizonte audiovisual. Depois de publicar o autorretrato lírico “Retrato em Si”, ela ganhou o edital nacional do MEC para realizar o longa-metragem Boi Aruá, classificado pela Unesco como uma “Referência Cultural para a Infância e Juventude”. Alba Liberato, em sua longa trajetória no mundo da sétima arte, recebeu diversas premiações. A mais recente, este ano, foi vencedora do Prêmio do Edital PG11/2023- Trajetória no Cinema e no Audiovisual. A retomada para o caminho das artes plásticas se deu ao participar da exposição intitulada “ Entrelaçadas, Mulheres na Arte”, realizada na Galeria da Aliança Francesa. Para a ALBA, Alba apresentou, usando a técnica Pigmentos sobre Tela, Aquarela e Materiais Gráficos e Tecidos, os quadros “Cama de Folhas”; “Meu Jardim”; “Onda de Flores”; e ainda “No Íntimo, Verdes”.
“A força das folhas na Natureza, transformando em beleza, alimento e oxigênio. Todo este poder que recebem do Sol está presente no sentimento de minha arte, uma forma de expressar o princípio gerador feminino nessas telas. A natureza será sempre minha musa inspiradora”, assegurou a roteirista, ex-diretora da Associação de Cineastas e artista plástica autodidata.

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