Quando ainda menino, sofri. Sofri muito! Somente Deus foi testemunha das lágrimas, do pranto derramado ao me considerar uma criança abandonada. Estava eu me afastando do maior patrimônio o maior bem da minha vida, Era a escola o templo sagrado, o meu segundo e aconchegante lar. Se dependesse de mim, pelo meu gosto, nunca que teria deixado para trás o templo que amei com extrema devoção, a mestra querida, os meus condiscípulos. Ah, como penei. Penei como um cego errante sem ter os livros didáticos de todos os anos, o meu livro de leitura onde nele pude encontrar as coisas que eu mais gostava: poesias, fábulas, lindos e valorosos textos dos mais renomados autores brasileiros.
Mergulhei fundo nos livros de geografia, história, ciências, naturais, matemática, moral e cívica. Por admirar estética, procurava caprichar no caderno de "Caligrafia Vertical" aquele caderno onde se treinava as mais variadas formas modelar da escrita e da letra bonita. Saudade de tudo, até mesmo do "baba" na hora do recreio e dos fugazes momentos em que a gente conseguia, distante do olhar malicioso da professora, os dois dedos de prosa e o inocente namoro. Na verdade, a minha escola era como se fosse a minha segunda casa, o lar-doce-lar. Para mim, as férias de fim de ano não proporcionava prazer, não eram motivos de alegria e descanso. Era um período triste de desolação, porque não dizer uma longa e penosa tortura.
Como poderia ficar tanto tempo sem o amável contato com a minha professora e os meus coleguinhas? Durante as férias, alguns sumiam, viajavam, desapareciam. A gente só voltava a se ver no retorno às aulas. Para mim, a volta às aulas tinha o maior significado. Era o mais lindo e precioso acontecimento da minha vida.
A primeira aula do ano, se revestia de uma importância ímpar. Seria como se fosse o recomeço de tudo. Uma festa de final de verão, onde o Sol parecia mais brilhante, iluminando com fulgor o caminho do conhecimento e dos saberes. Afinal, era chegado o momento de estarmos juntos, todos, reunidos novamente no feliz reencontro; todos nós! A professorinha, os colegas, os assentos, o "quadro negro" o giz, a rechonchuda e malvada palmatória, a valente e surrada régua de madeira - a mesma era usada pela professora para as enérgicas pancadas sobre a mesa nos momentos em que era preciso pedir "silêncio!" Ah! por pouco não me escapava à memória aquele velho e estranho búzio que também continuava ali, silencioso, sobre a mesa da mestra. Eu nunca consegui compreender a sua utilidade; mas, acreditava -se que o mesmo substituía o relogio. Servia para controlar o tempo quando o aluno precisava ir ao rústico banheiro.feito de tábuas - ficava lá dentro do mato a poucos metros da escolinha rural da minha infância.
Tinha 12 anos quando terminei o curso elementar. Fui aprovado com "Distinção" consegui alcançar a maior nota da classe, 9, 5. Aquele seria então o meu último ano letivo. Em prantos, deixei a vida escolar que eu tanto amava. Algo dizia que eu jamais frequentaria uma sala de aula e, nunca mais voltaria a encontrar a linda e bondosa professora que não poupava elogios sobre a minha performance nos estudos. E os meus colegas? Que rumo tomariam? Ali, a vida, o destino impiedoso já delineava o destino de cada um. E eu? Que seria de mim sem escola, sem os meus coleguinhas, sem os livros didáticos com os quais vivi por aproximadamente, cinco anos. Me sentiria desgarrado, um náufrago, barco à deriva ao sabor do tempo e dos ventos, sem rumo, sem esperança. Eu não conseguiria viver sem os livros, eles, os meus mais fiéis e dedicados companheiros. Sem escola, sem estudos, eu seria um timoneiro pronto para levar o barco mar a fora lutando contra às intempéries da vida. O porto estaria longínquo, bem distante; não haveria perspectiva de terra à vista. Era tudo muito obscuro, só procelas e borrascas. Agora eu me sentia sozinho, desolado, sem norte. Todos estavam indiferentes ao meu credo, à minha fé, aos meus sonhos. Mas, apesar de tudo, tive que lutar, manter a calma, esperar que o mar revolto se acalmasse.
Tinha 12 anos quando terminei o curso elementar. Fui aprovado com "Distinção" consegui alcançar a maior nota da classe, 9, 5. Aquele seria então o meu último ano letivo. Em prantos, deixei a vida escolar que eu tanto amava. Algo dizia que eu jamais frequentaria uma sala de aula e, nunca mais voltaria a encontrar a linda e bondosa professora que não poupava elogios sobre a minha performance nos estudos. E os meus colegas? Que rumo tomariam? Ali, a vida, o destino impiedoso já delineava o destino de cada um. E eu? Que seria de mim sem escola, sem os meus coleguinhas, sem os livros didáticos com os quais vivi por aproximadamente, cinco anos. Me sentiria desgarrado, um náufrago, barco à deriva ao sabor do tempo e dos ventos, sem rumo, sem esperança. Eu não conseguiria viver sem os livros, eles, os meus mais fiéis e dedicados companheiros. Sem escola, sem estudos, eu seria um timoneiro pronto para levar o barco mar a fora lutando contra às intempéries da vida. O porto estaria longínquo, bem distante; não haveria perspectiva de terra à vista. Era tudo muito obscuro, só procelas e borrascas. Agora eu me sentia sozinho, desolado, sem norte. Todos estavam indiferentes ao meu credo, à minha fé, aos meus sonhos. Mas, apesar de tudo, tive que lutar, manter a calma, esperar que o mar revolto se acalmasse.
Nunca me passou pela cabeça abandonar o barco. E olha que a caminhada foi longa, espinhosa e cansativa. Talvez eu nem tenha conseguido literalmente alcançar o cais, o porto dos meus sonhos, entretanto, creio firmemente ter encontrado durante a difícil travessia as tábuas de salvação às quais, me agarrei com todas a forças possíveis: os livros!. Os livros! Não fosse pelo hábito contínuo da leitura, decerto que eu não teria alcançado o tão sonhado e desejado porto.
Diante do exposto, até que poderia
dar-me por "satisfeito" sentindo me vencedor, feliz por ter conseguido a difícil travessia e aportar em terra firme. Sou feliz, sim! Feliz por haver tornado exequível o sonho, vislumbrar o mundo ao qual sempre quis e me identifiquei que é o mundo esplendoroso e fascinante da literatura. E assim, com a simplicidade que acredito te-la, hei de continuar firme, destemido, incansável no esforço da busca, até os últimos dias da minha vida,
Finalizo esse texto pedindo licença para parafrasear o nosso poeta maior, autor de "O Gondoleiro do Amor" Antônio de Castro Alves, dono dos mais lindos versos. "Oh, bendito o que semeia, livros, livros, à mão cheia e faz o povo pensar. O livro caindo n'alma é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar,"
Diante do exposto, até que poderia
dar-me por "satisfeito" sentindo me vencedor, feliz por ter conseguido a difícil travessia e aportar em terra firme. Sou feliz, sim! Feliz por haver tornado exequível o sonho, vislumbrar o mundo ao qual sempre quis e me identifiquei que é o mundo esplendoroso e fascinante da literatura. E assim, com a simplicidade que acredito te-la, hei de continuar firme, destemido, incansável no esforço da busca, até os últimos dias da minha vida,
Finalizo esse texto pedindo licença para parafrasear o nosso poeta maior, autor de "O Gondoleiro do Amor" Antônio de Castro Alves, dono dos mais lindos versos. "Oh, bendito o que semeia, livros, livros, à mão cheia e faz o povo pensar. O livro caindo n'alma é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar,"
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