Entre os dias 17 e 20 de abril, acontece o campeonato mundial de robótica da organização sem fins lucrativos FIRST, em Houston, nos Estados Unidos. O torneio reúne cerca de 15 mil estudantes de 6 a 19 anos, de mais de 50 países.
Neste ano, o Brasil terá a maior delegação desde que o primeiro time brasileiro competiu, em 2000: serão 144 competidores de 9 a 18 anos, de escolas públicas e particulares de 10 estados (AL, GO, MA, MG, MT, RJ, PR, RS, SC, SP). Eles vão acompanhados de 54 técnicos e mentores, que também compõem a delegação.Os estudantes competem em equipes e por modalidades – da iniciante, com peças de LEGO, à mais avançada, com robôs de porte industrial, que chegam a 56 kg e 1,5 metro de altura. Dos 14 times brasileiros, 12 conseguiram a vaga para o mundial no Festival SESI de Educação, realizado pelo Serviço Social da Indústria em março, em Brasília. Outras duas equipes garantiram a classificação em torneios em Curitiba e no Canadá.
O superintendente de Educação do SESI, Wisley Pereira, lembra que, no ano passado, a delegação brasileira era formada por 11 times e cerca de 110 alunos, que trouxeram para casa oito prêmios.
“O Brasil entrou de maneira definitiva no circuito internacional da robótica em 2012, quando o SESI passou a realizar a seletiva nacional para o mundial da FIRST. A cada ano que passa, temos mais estudantes competindo. Prova da projeção do país é o aumento no número de vagas para o mundial do ano passado para cá”, observa.
Segundo Wisley Pereira, a robótica é o melhor exemplo que temos hoje de como o ensino prático de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática, que chamamos de STEAM, tem um impacto positivo e duradouro na formação dos jovens.
“A robótica dá a base e prepara o estudante para os desafios que ele vai encontrar no futuro. Tanto do ponto de vista técnico, porque os competidores aprendem a programar, a construir e a resolver problemas. Mas também do ponto de vista comportamental, porque eles desenvolvem competências socioemocionais como colaboração, criatividade, comunicação e empreendedorismo”.
Um torneio de robótica que vai além dos robôs
O mundial da FIRST é uma competição grandiosa e diferente. Isso porque ela não é só sobre ter o melhor robô. Além de programar e construir máquinas que devem cumprir tarefas em modo totalmente autônomo e teleoperado para somar pontos em partidas, os times também são avaliados por outros critérios.
Eles devem apresentar um projeto de pesquisa, que é uma solução para um problema real dentro do tema da temporada (neste ano, é Arte); plano de negócios da equipe, patrocínios e projetos sociais para levar a ciência e a tecnologia para a comunidade; os valores que eles apresentam durante o torneio, incluindo trabalho em equipe, inclusão, criatividade e diversão.
Das 14 equipes brasileiras, quatro competem pela modalidade iniciante, três pela intermediária e sete pela avançada. Quatro estudantes que estarão em Houston foram indicados como Dean’s List, prêmio individual que reconhece a liderança e a dedicação de jovens destaque.
Mesmo que suas equipes não sejam classificadas, eles são convidados a participar do mundial, onde têm um almoço com o fundador da FIRST e a oportunidade de entrar em contato com universidades norte-americanas. Caroline Martins, da equipe 5800 Magic Island Robotics, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), também representará o país, concorrendo ao prêmio de mentora – o Woodie Flowers Award.
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