Entre os dias 21 de novembro e 25 de janeiro de 2025, a Andrea Rehder Arte Contemporânea - que completa 15 anos de galeria - apresentará em seu espaço uma individual inédita do artista e cineasta César Oiticica Filho. Sobrinho de Hélio Oiticica e carinhosamente chamado de Cesinha, sua pesquisa transita entre a pintura e a fotografia, explorando os multimeios que conectam as artes plásticas e o cinema. Com texto crítico de Paula Borghi, a exposição apresenta uma seleção de seis obras inéditas em grande formato, com destaque para “Intervenção Quântica”, uma instalação com telas posicionadas na fachada da galeria, convidando o visitante a adentrar a mostra e explorar a cor, a luz e as energias quânticas, ao mesmo tempo em que surpreende as pessoas que passam pela rua, por meio do diálogo que a obra exerce com a cidade. No campo das artes visuais, César Oiticica Filho também trabalha com instalações e vídeos que lidam com a sobreposição de camadas de significados, recorrendo muitas vezes a arquivos pessoais, familiares e históricos para criar obras que são ao mesmo tempo íntimas e coletivas. Ele utiliza uma abordagem híbrida, combinando mídias analógicas e digitais, o que possibilita um olhar inovador sobre o tempo, a memória e o legado artístico. Uma característica marcante em sua produção é a maneira como ele transforma o conceito de arquivo em obra de arte, questionando a ideia de preservação e permanência, propondo uma relação mais fluida e dinâmica entre passado e presente. Dessa forma, suas criações frequentemente estabelecem pontes entre diferentes gerações, reverberando no contexto atual e trazendo à tona discussões sobre a continuidade da inovação artística no Brasil.
Não é de hoje o interesse da galeria pelo neoconcretismo e pela expressividade artística. Há 11 anos, Andrea Rehder realizou a primeira exposição do cineasta Ivan Cardoso, com curadoria de Fernando Cocchiarale, proporcionando um horizonte amplo de conhecimento e vivência no movimento neoconcretista brasileiro. “Ivan conviveu com Hélio Oiticica por mais de uma década. Ele tinha em seu acervo inúmeras imagens, vídeos, cartas e objetos sobre esse icônico artista. Para a exposição, aconteceram diversos encontros em ateliês e muitas histórias foram contadas por Cardoso, despertando em mim - como admiradora e galerista -, um interesse cada vez maior pelo movimento”, comenta Andrea Rehder.
Durante sua trajetória, a galeria destacou importantes mostras como “Objetos e Poesia Visual”, de Augusto de Campos (2015), a coletiva “Visual Assim como o Verbal” (2017), com 15 artistas visuais e a exposição “Jogos e Fazimentos” (2018), do pioneiro produtor da revista ARTÉRIA, Omar Khoury. São poetas que marcaram a nossa história e enriqueceram a qualidade de exposições ao inserir a Poesia Visual no contexto da arte contemporânea.
Um outro marco em seus quinze anos de existência foi a exposição “Experiência Tumulto IV / Jonas II”, realizada em 2018, do artista conceitual Wagner Barja, concebida no espaço da galeria, dentro de um ambiente de completa escuridão com cinco instalações com projeções em video mapping.
Andrea Rehder ressalta que durante esses anos contou com o apoio de alguns artistas em sua carteira, que, além de uma produção artística intensa, também atuavam como diretores e/ou curadores em importantes instituições. “A expertise de Emanoel Araújo, Katia Canton e de Wagner Barja me proporcionaram um maior esclarecimento e compreensão das responsabilidades e dos deveres que tínhamos com diferentes agentes da cultura. Diariamente, trabalhamos para construir uma sociedade melhor e mais evoluída”, comenta Rehder.
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