segunda-feira, 18 de novembro de 2019

A Formação de leitores como desafio do Brasil atual é o tema da quarta edição da Felisquié

A campanha da Festa Literária “Eu giro para onde gira o sol” criada pela Publicar News prestigia o sertão de Jequié, seus escritores, personagens e poetas. 
O cineasta Glauber Rocha também será homenageado Um dos mais esperados eventos literários do Sudoeste da Bahia, a Festa Literária Internacional do Sertão de Jequié, inicia a sua quarta edição no dia 28 de novembro de 2019, quinta-feira, na Câmara de Vereadores em Jequié e terá a “Leitura”, como tema principal. Os escritores Luís Cotrim, Pacífico Ribeiro, Wilson Novais, Heleusa Câmara e o cineasta Glauber Rocha serão os principais homenageados. Com o tema “A formação de leitores como desafio do Brasil atual”, o evento vai reunir uma programação variada, conduzida por autores da literatura nacional e internacional, com conferências, mesas-redondas, palestras e lançamento de livros. 
As cantoras Ana Vitória e Flaviane vão abrilhantar a primeira noite da Felisquié interpretando as canções mais belas da MPB. O jornalista, professor, escritor e curador da Festa Literária Internacional do Sertão de Jequié, Domingos Ailton fará o pronunciamento de abertura: “A Felisquié representa o universo encantador do sertão de Jequié, além de promover uma interface entre a literatura e outras linguagens artísticas”, define o autor do romance “Anésia Cauaçu”. Em seguida, a educadora jequieense e Embaixadora da Paz, Maribel Barreto dará início a primeira conferência intitulada “Leitura e consciência: um diálogo transformador”. 
Na sexta-feira, 29/11, serão aguardadas, a historiadora e professora titular da UERJ, Maria Teresa Toríbio; as especialistas em marketing digital, digital influencer e produção de conteúdo, Samara Barreto, Márcia Nunes e Calila Galvão; os escritores Raiana Soares e Aurélio Nery, que vão participar da mesa-redonda “É top ler e escrever” e os jornalistas e apresentadores de TV e rádio, Carla Araújo (Rádio Excelsior) e Judson Almeida (TV Sudoeste), que vão abordar o tema “Leitura para um Jornalismo de qualidade”. A tão esperada participação internacional da IV Edição da Felisquié vai ficar por conta do escritor e dramaturgo africano Francis Biedi, que vai fazer a palestra às 19h30, “Literatura de Camarões, ontem e hoje”, tendo como tradutora Gloria Terra, que é também agente editorial e diretora geral do Projeto Entrelinhas, que será apresentado no evento. 
Na manhã de sábado, 30/11, às 8h, o primeiro encontro da família Cauaçu será um dos destaques da Festa Internacional do Sertão de Jequié. 
Promovido pelo jornalista, escritor e autor do romance “Anésia Cauaçu”, Domingos Ailton, o encontro reunirá vários integrantes da família em uma mesa-redonda intitulada “Cauaçus – Uma história que a Bahia, o Brasil e o mundo precisa conhecer”. A cineasta Carollini Assis, criadora do roteiro para TV e cinema inspirado no romance de Anésia Cauaçu, será a mediadora da mesa, que terá a participação de Mecias Kawassu; Omero Lima e Aroldo Lima, neto e bisneto de Alcina, irmã de Anésia Cauaçu; Virginia Fernandes e Melissa Ferreira, neta e bisneta de Augusto Cauaçu, cujo o assassinato foi o estopim para a entrada da família no cangaço. Cem anos se passaram desde que os Cauaçus sofreram perseguição dos coronéis e das forças policiais do governo e se dispersaram para várias localidades do Brasil, dentre elas: Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Alguns deles, inclusive, foram obrigados a mudar o sobrenome para conseguir sobreviver. Ainda no sábado, a professora da UESB e curadora da Fligê, Ester Figueiredo vai falar sobre “Política do Livro, Leitura e Literatura na Bahia e no Brasil”; Ela dividirá à mesa com o deputado federal Waldenor Pereira Filho, relator da Lei do Livro e vice-presidente da Frente Parlamentar do Livro da Câmara dos Deputados. 
No domingo, 1o/12, às 9h, os escritores Jocevado Santiago e Davi Nunes vão abrir os trabalhos com o tema “Devir e ancestralidade em poéticas negras”. Às 11h, a professora da UNEB e pesquisadora do tema “Educação em Prisões”, Kátia Barbosa fará a palestra “Leitura no Cárcere”. Biografia de Irmã Dulce, um dos livros mais vendidos do país, será lançado na Felisquié A Felisquié abrirá espaço para autores de livros de diversas temáticas, através do programa “Um dedo de prosa e poesia, uma ação do Projeto Páginas Formando Leitores do DCHL da UESB – Campus de Jequié”. 
Entre os lançamentos, teremos o livro “Patuá” da escritora Rosane Viana Jovelino e o livro plástico Bolha, do escritor e professor, Carvalho Neto. Uma mesa-redonda reunirá no sábado à noite, 30/11, o representante das Obras sociais de Santa Dulce, o Frei João Paulo, e o autor da biografia “Irmã Dulce, a santa dos pobres”, escritor Graciliano Rocha. 
O livro, que está nas principais listas semanais dos livros mais vendidos do país, será lançado no final da sua apresentação. A revista Veja considerou a obra como "a mais completa biografia sobre a freira baiana." Esse sucesso é resultado do trabalho de pesquisa do autor, que durante oito anos, analisou documentos encontrados no Brasil, nos Estados Unidos e na Itália. Jequié, Cidade Sol Localizada no sudoeste da Bahia, distante 360 km de Salvador, Jequié é a cidade natal de grandes nomes da cultura brasileira como Waly Salomão, Ana Cecília Costa e Zéu Brito. A “Cidade Sol” como é conhecida reúne talentos e histórias surpreendentes. É de Jequié, a primeira cangaceira do Brasil, a heroína Anésia Cauaçu, tema do romance do também jequieense Domingos Ailton. Similar a sua heroína, o jornalista, escritor e curador da Festa Literária Internacional de Jequié, também é um desbravador. Mesmo com todas as dificuldades encontradas, ele conseguiu reunir a atriz Ana Cecília Costa, a cineasta Carollini Assis e a jornalista Cristina Serra no lançamento da Felisquié em 4 de outubro na UESB. 
Ainda assim, enfrenta dificuldades para obter patrocínio das empresas, principalmente para comprar as passagens e pagar as hospedagens para os palestrantes convidados. 
O mais impressionante é que nenhum deles cobrou cachê de participação. “É tudo por amor à arte”, resume Domingos Ailton. Em parceria com a empresa de comunicação Publicar News, a quarta edição da Felisquié é produzida pela Cotoxó Comunicação e Consultoria, editora da Revista Cotoxó, que também realiza o Encontro dos Contadores de História da Bahia e dos Escritores e Poetas do Território do Médio Rio das Contas. 
Acesse o site http://felisquie.com.br/ e faça a sua inscrição 
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: Publicar News DIGITAL INFLUENCER: Márcia Nunes @felisquié 
INFORMAÇÕES À IMPRENSA: Domingos Ailton - WhatsApp: (73) 99855 4323

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Cartunista Mauricio de Sousa doa obra exclusiva para o acervo da Câmara

A Câmara dos Deputados recebe, nesta terça-feira (17), o cartunista Mauricio de Sousa. O autor da Turma da Mônica terá sua obra eternizada na Casa, onde já participou de diversas campanhas institucionais em que seus personagens falam da importância do voto e da participação na política.
Mauricio de Sousa produzirá uma obra ao vivo, que será doada ao acervo permanente da Câmara dos Deputados.
Najara Araújo/Câmara dos Deputados

Mauricio de Sousa em exposição realizada no início do ano

A cerimônia será realizada às 11 horas, no Salão Negro do Congresso Nacional, e terá a presença da primeira-secretária da Mesa Diretora, deputada Soraya Santos (PL-RJ).
Exposição
No início deste ano, a Câmara dos Deputados recebeu a exposição “Mauricio de Sousa: Imaginação a serviço da sociedade”, com histórias da Turma da Mônica que fizeram parte de mais de 200 campanhas institucionais, com temas como direito das crianças, inclusão, diversidade, ética e cidadania.
A exposição destacava também histórias desenvolvidas em parceria com a Câmara sobre a importância do voto e da participação na vida pública.
Da Redação - ND

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Atores de 'Todo Mundo Odeia o Chris' pedem animação após desenho de brasileiro


Por Estadão Conteúdo - Versão animada do seriado, feita por Rafael Gandine - Foto: Divulgação/Instagram

Todo Mundo Odeia o Chris foi foi um seriado de sucesso no Brasil, principalmente devido ao período em que era exibido pela Record TV. Agora, dez anos após o fim da produção, alguns atores da trama estão pedindo uma série animada depois de descobrirem um trabalho feito por um ilustrador brasileiro.
No ano passado, Rafael Gandine publicou em seu perfil no Instagram o resultado de um projeto no qual usou os personagens de Todo Mundo Odeia o Chris para elaborar uma versão animada.
Embora as imagens tenham sido publicadas em 11 de outubro de 2018, foi só neste fim de semana que o trabalho repercutiu após o ator Terry Crews, que interpretou Julius no seriado, compartilhar a obra de Gandine na rede social.
"Que grande ideia! Por favor, façam o desenho animado de Todo Mundo Odeia o Chris", escreveu Crews na legenda, na qual marcou o próprio Gandine, outros atores do núcleo principal do seriado e Chris Rock, criador da produção televisiva.
O ator Tequan Richmond, que fez o papel de Drew, também se empolgou com o desenho criado por Gandine. Na foto compartilhada por Crews, ele perguntou: "podemos fazer isso acontecer?". O intérprete de Julius respondeu: "Tenho certeza de que podemos fazer isso!"
Richmond também publicou a foto no seu perfil no Instagram e disse: "Sim, pessoal, vamos fazer isso! A série animada de Todo Mundo Odeia o Chris". A atriz Imani Hakim, que atuava no papel de Tonya, replicou a publicação de Richmond em seus stories da rede social.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Prêmios que distribuem quase R$ 25 milhões para área cultural entram na reta final de inscrições


Termina às 23h59 do dia 12 de setembro o prazo de inscrições no Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura e do Prêmio Catarinense de Cinema que, juntos, distribuirão R$ 24.860 milhões a projetos da área cultural. Para participar da edição de 2019 dos editais, os projetos devem ser inscritos nas plataformas, criadas especialmente para este fim, disponíveis no site cultura.sc.gov.br.
Prêmio Elisabete Anderle
A principal ferramenta de fomento à arte em Santa Catarina distribuirá R$ 5,6 milhões a projetos de três áreas: Patrimônio Cultural, Artes e Artes Populares. Os recursos são do Governo do Estado de Santa Catarina, com promoção da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
Proponentes de todo o estado podem submeter seus projetos para os três editais que compõem o Prêmio Elisabete Anderle. O Edital de Patrimônio Cultural premiará projetos nas categorias Patrimônio Material; Patrimônio Imaterial; Museus; e Bibliotecas Públicas. O Edital de Artes Populares contemplará as categorias Artes Circenses; Culturas Populares e Diversidades; Culturas Negras e Afro-Brasileiras; e Culturas dos Povos Indígenas. E o Edital de Artes se subdivide nas categorias Artes Visuais; Dança; Música; Teatro; e Letras - Livro, Leitura e Literatura.

CAPES - APROVADOS NO VESTIBULAR EAD NA UESC TEM MATRÍCULAS SUSPENSAS

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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Pesquisadores temem colapso das agências de fomento à ciência no Brasil

Lideranças da comunidade científica entregam uma cópia da petição em defesa do CNPq ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia – Foto: Divulgação SBPC

JORNAL DA USP - Por Herton Escobar - Aciência brasileira nunca olhou para o calendário com tamanha apreensão. Setembro surge no horizonte acompanhado de um prognóstico tenebroso, que assombra a comunidade científica já há alguns anos: o colapso das agências de fomento federais — em especial, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Criado em 1951 — muito antes mesmo do ministério ao qual hoje ele está vinculado —, o CNPq é uma pedra fundamental do sistema de ciência e tecnologia no Brasil, responsável por apoiar o desenvolvimento de pesquisas científicas no País por meio de bolsas e financiamento de projetos. Difícil achar um bom cientista brasileiro, seja no setor público ou privado, que não seja ou tenha sido apoiado pelo CNPq em algum momento da sua carreira.
Pois bem: após cinco anos de uma hemorragia orçamentária contínua, imposta por sucessivos cortes e contingenciamentos do governo federal, o CNPq está agora à beira da falência. Literalmente. O valor desembolsado pela agência com fomento (financiamento de projetos) encolheu 65% desde 2014, reduzindo-se a míseros R$ 270 milhões em 2018, segundo um levantamento feito pelo professor Carlos Henrique de Brito Cruz (tabela e gráficos abaixo).

Bienal do Livro do Rio de Janeiro tem visitas para pessoas com deficiência visual


Portugal Digital com Agência Brasil - Dois guias acompanham crianças e adultos no passeio pelo espaço que retrata uma floresta e que conhecerão por meio de audiodescrição e experiência sensorial. Na toca de leitura, a Bienal vai disponibilizar para esses vistantes livros em ‘braille’ (sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão).
As visitas prosseguirão em 1º, 4, 5, 6, 7 e 8 de setembro, às 9h, durante a semana, e às 10h, nos finais de semana. Os grupos são limitados a 20 pessoas. A inscrição pode ser realizada no site da Bienal (www.bienaldolivro.com.br). O ponto de encontro será no balcão de informações do Pavilhão das Artes, na entrada do festival literário.
Os dias 2 e 3 de setembro estão reservados para 40 crianças com deficiência visual, alunas do Instituto Benjamin Constant, que receberam convites para visitar a Bienal.
Considerada a Bienal mais acessível da história, a feira do livro do Rio tem nesta edição, também pela primeira vez, todas as sessões da programação oficial com tradução em libras, para atender às necessidades de comunicação de deficientes auditivos.
O funcionamento da Bienal é de 9h às 21h, nos dias de semana; de 9h às 22h, na sexta-feira; e de 10h às 22h, nos fins de semana.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Você sabia quanto livros vendeu Jorge Amado até aqui?


Quando se pensa em vendas de livro no Brasil as pessoas pensam em Paulo Coelho, mas isso é muito taxativo. A verdade é que há autores que venderam muitos livros, não tantos quanto Paulo Coelho, mas com uma literatura muito superior.
Desde que lançou há 88 anos seu primeiro livro, o escritor baiano Jorge Amado vendeu mais de 25,7 milhões de livros. O clássico "Capitães da Areia" (1937) lidera a lista dos livros mais vendidos do escritor, com 5,3 milhões de cópias. Em seguida aparece "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água" (1961), que vendeu 4,2 milhões.
"Gabriela Cravo e Canela" (1958), cuja história serviu de base para uma novela e um filme, aparece em seguida, com 2,5 milhões de livros. Já "Tocaia Grande: A Face Obscura" (1984) é responsável pela venda de 1,9 milhão de cópias, seguida por "Mar Morto" (1936), com 1,6 milhão.

Os segredos do sucesso de Agatha Christie


Quando o acadêmico irlandês John Curran, o fã mais ardente do escritor mais vendido do mundo, encontrou seus cadernos, ele percebeu que as estratégias do processo dessa mega best-seller tinha que ser compartilhados.

Como Agatha Christie, uma mulher normal, sem educação formal e sem antecedentes familiares de escritores, produziu os livros mais vendidos da história? Como essa mulher foi capaz de estabelecer um padrão na ficção policial que nunca foi superado, ou de fato igualado? Sozinha entre seus contemporâneos da criminalidade, como ela conseguiu transformar um entretenimento simples e de fórmula, num passatempo internacional, aparentemente, o tempo todo? Nos seus próprios livros - e através dos Os Diários Secretos de Agatha Christie, com uma seção sobre suas “Ideias Não Utilizadas” - podemos ver como o estoque de ideias dela parece ter sido inesgotável. Era, com toda a probabilidade, a inveja de seus colegas escritores. Ao longo de sua vida, ela foi capaz de recitar ideias e dispositivos da trama com facilidade invejável. E ela poderia adotar e adaptar uma ideia anterior de maneira tão bem disfarçada que a tornasse irreconhecível.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A Negação da Negação de Hegel e a finalidade do Direito Penal



Por Keren Baesso.
Ensina Bobbio que, somente quando se leva em conta a finalidade de uma ação é que se pode compreender o seu "sentido". Assim, para estudar e compreender o Direito Penal há que se perguntar sobre sua finalidade.
É importante destacar desde logo, que a despeito da (aparente) proximidade conceitual, existem diferenças fundamentais entre a finalidade da pena e o Direito Penal. Para classificar a finalidade da pena criminal, de modo breve, podemos dizer que o nosso Código Penal de 1984,adotou a teoria mista, também denominada eclética ou unificadora, defendida por Adolf Julius Merkl. Esta teoria preconiza que a pena criminal tem duas finalidades: reprovação e prevenção.
É o que nos revela a leitura do artigo 59, caput, do nosso Código Penal:
“Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984”.
No que tange à finalidade do Direito Penal,por sua vez, dentro da doutrina brasileira e estrangeira, temos três posicionamentos de relevância.
Em primeiro lugar, tem-se a posição defendida por Hans Welzel. Para ele, o Direito Penal possui dupla missão: missão ético-social e missão protetiva.
Temos também uma segunda teoria, esta adotada majoritariamente no Brasil e muito bem defendida por Rogério Greco. Trata-se da teoria da Proteção de bens jurídicos. Segundo esta, o Direito Penal tem por função a proteção de bens jurídicos.
E por ultimo, e aqui onde queríamos chegar, tem-se uma terceira corrente, defendida por Gunther Jakobs, na sua Teoria denominada: Teoria da Reafirmação da Vigência da Norma. É na teoria de Jakobs, que encontramos a teoria da “negação da negação” criada por Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Já que Jakobs não esconde ser seguidor desse grande filósofo.
Jakobs entende como sendo o fim do Direito Penal a estabilização do conteúdo da norma. Não se trata, portanto, de proteção dos bens jurídicos, mas sim, da manutenção e confirmação da vigência da norma.
Afirma Guinther Jakobs, que o direito penal não tem por finalidade proteger bens jurídicos, na realidade o direito penal tem por finalidade, reafirmar a vigência da norma, confirmar o seu reconhecimento perante a sociedade.
Segundo ele, nós como sociedade vivemos dentro das “expectativas” cognitivas e normativas. As expectativas normativas, como o próprio nome sugere, seria esperar das pessoas que elas ajam conforme a norma.
Para Jakobs, quando um agente pratica um delito, ele não viola um bem jurídico, mas sim a expectativa normativa, o que significa dizer, que, ele viola a vigência da norma. Quando o agente comete um delito, ele nega o fato da existência da norma que o proibia.
Surge então, o direito penal, para reafirmar perante a coletividade a vigência dessa norma. O direito penal, portanto, estaria reafirmando a vigência da norma.
Logo, a punição como consequência do delito, seria aplicada para “dizer” a sociedade que a norma continua em vigor. O direito penal, portanto seria a negação da negação do agente.
Exemplificando, quando o agente comete um delito, ele esta negando a norma, o Estado com a sua punição surge, para negar a negação do agente.
A estabilidade das normas é o principal objetivo da aplicação do sistema jurídico, pois as normas jurídicas têm a função de orientar, estabilizar e institucionalizar as expectativas sociais, a fim de que sejam evitadas decepções.
Jakobs estabelece que a função da pena é a manutenção da norma como modelo de orientação para a relação social. O conteúdo da pena é uma contradição da negação da autoridade da norma, à custa do infrator da mesma.
Em síntese, Para a Filosofia do Direito de Hegel, a “pena é a negação da negação do direito. É, pois, a alternativa a cumprir um papel restaurador da ordem atingida”35. Em outras palavras, ocorrendo à negação do direito, este deve responder na mesma intensidade.
Ressalte-se que é neste sentido que a concepção de Jakobs também se aproxima do pensamento de Hegel, que afirma ser a pena a negação da negação do Direito, fundamentando-a como necessidade para o restabelecimento da ordem jurídica violada.

Keren Baesso

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

“Euclides era militar. Ele também queria derrubar Canudos”

O arraial de Canudos (acima): contato com a terra e o povo do sertão baiano mudou a visão de mundo do escritor Euclides da Cunha – Foto: Wikimedia Commons-CC.
“Euclides da Cunha era militar. Ele também queria derrubar Canudos. Mas, quando chegou lá, ele se apaixonou pela terra, vendo o outro lado, ouvindo as canções e as orações que os sertanejos emitem e vendo a inteligência daquele povo.” Assim o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa descreve a transformação do escritor após conhecer o homem e o sertão baiano, em entrevista para a série de podcasts Os Sertões – História de Canudos, produzida pelo Instituto Moreira Salles, de São Paulo, e transmitida pelo programa USP Especiais, da Rádio USP (93,7 MHz).
No dia 7 de agosto de 2019, o programa apresentou os últimos dois episódios da série. Num deles, os entrevistados são José Celso Martinez Corrêa e o escritor amazonense Milton Hatoum. José Celso encenou em 2002 uma adaptação de Os Sertões com o Teatro Oficina e Hatoum é autor de ensaios sobre Euclides. No outro episódio apresentado em USP Especiais, no dia 7 de agosto, a história de Canudos é contada por dois personagens oriundos daquela região: o historiador João Batista, guia do Parque Estadual de Canudos, e o músico Fábio Paes, que lançou o CD Canudos e Cantos do Sertão.
A série Os Sertões – História de Canudos tem produção e apresentação de Guilherme Freitas. Os dois primeiros episódios da série foram apresentados pela Rádio USP no dia 31 de julho de 2019 (ouça aqui).
O programa USP Especiais vai ao ar às quartas-feiras, às 21 horas, com reapresentação aos sábados, às 20 horas, pela Rádio USP.

LUTE COMO UMA GAROTA

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É CHOCOLATE

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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

O menino que filmou o enterro de Luiz Gonzaga


Portal Vermelho - O que você fazia no dia 2 de agosto de 1989? Paulo Vanderley estava dormindo num quartinho, em João Pessoa, quando seu tio Marcos começou a bater na porta para lhe acordar: “Ó, teu pai ligou dizendo que Luiz Gonzaga faleceu. Prepara a mala que vocês vão voltar agora para Exu. Ele falou que ia passar em meia hora para pegar você!”, avisou.
O cantor e compositor Gonzaguinha, no velório de seu pai, Luiz Gonzaga, em agosto de 1989
Fazia só três dias que o menino de 9 anos estava na capital paraibana, onde ficaria nas férias escolares. Mas a reviravolta na história conduziu-o naquela data por 600 e poucos quilômetros de estrada rumo a uma despedida que ele recorda com detalhes até hoje.
O garoto morava perto da Igreja que receberia o corpo do artista, após o trajeto que faria entre Recife, Juazeiro do Norte e Crato. Filho do banqueiro Paulo Marconi – que havia se mudado com toda a família para a terra natal de Gonzaga no fim de 1987 e naturalmente se aproximado do Rei do Baião –, o menino não conseguia conter a agitação naqueles primeiros e tristes dias de agosto.
“Eu queria estar o tempo todo perto das coisas, ‘curiando’ os artistas que chegavam para o enterro”, lembra o paraibano Paulo. Residente em Fortaleza, hoje com 39 anos, é uma das principais referências como pesquisador da obra gonzagueana, além de funcionário de um banco.
O clima na cidade era de desolação, como descreveu o repórter Antônio Vicelmo em matéria para o Diário do Nordeste no dia seguinte à morte. “O comércio está fechado, e o prefeito declarou luto oficial por três dias. O restaurante no Posto Gonzagão não funcionou no dia de ontem. O Parque Asa Branca está sendo preparado para receber milhares de admiradores de Luiz Gonzaga, que já estão começando a chegar a Exu”.
A Paulo Vanderley também caberia mais do que observar toda esta situação. O pai lhe daria uma grande responsabilidade no dia do enterro, dia 4 de agosto de 1989: a de gravar, com uma filmadora Panasonic, o trajeto que o corpo faria até o cemitério. Caminhando por entre as milhares de pessoas que lotavam as ruas de Exu, o garoto fez imagens tremidas, amadoras, mas carregadas de um profundo sentimento de reverência e respeito ao ídolo.
Sob o sol de quase quatro horas da tarde, o menino registrou mais de uma hora do povo cantando e dançando os clássicos do Rei do Baião, das mãos carregando cartazes e coroas de flores, e das sanfonas chorando uma saudade que estava apenas começando. Da rua, ele também filmou o caminhão do corpo de bombeiros que carregava o caixão.
Em cima, iam o Padre Gothardo Lemos (cearense parceiro na composição de Obrigado, João Paulo, cantada por Luiz na ocasião da visita do Papa a Fortaleza, em 1980); a companheira de Gonzaga, Maria Edelzuíta Rabelo; o filho, Gonzaguinha, abraçado com um gibão; e o próprio pai de Paulo Vanderley, Paulo Marconi, “venerável mestre” da loja maçônica de Exu, que prestava homenagem ao colega em nome da congregação da qual ele fazia parte.
Das gravações do enterro, que mais tarde seriam editadas para compor o acervo do Museu do Gonzagão, Paulo só se ressente de não ter aparecido em nenhuma. Sua missão era ficar mesmo do outro lado. “Foi uma imersão que eu tive de nordestinidade naquele dia. Ali foi um momento que reuniu todas as tribos, de todos os cantos. Era violeiro, cantador, sanfoneiro, compositor, era todo tipo de gente”, recorda-se.
“Era uma devoção aquilo ali, impressionante. Eu sentia, mas não tinha ideia do que era, não tinha dimensão, não sabia que anos depois eu ia ser um cara que iria contar essa história, pesquisar”, ressalta.
No apartamento de Paulo, em Fortaleza, está guardado um acervo sobre Gonzagão. Na entrada, quadros e estandartes na parede, um tapete com os dizeres “Nordeste mulesta de bão” e a porta de madeira, semelhante às de interior, ajudam a criar um clima de casa-museu, que se completa com as prateleiras da sala de estar. Entre livros, LPs autografados, esculturas e réplicas de peças que o Rei do Baião usou, como chapéus e gibão, destaca-se a filmadora antiga, que registrou o enterro e outras cenas da época em Exu, como a ocasião em que Gonzaga de pijama recebeu Nando Cordel.
Quando criança, Paulo viu sua casa virar um abrigo temporário com peças enviadas por Gonzaguinha para compor o Museu do Gonzagão. Anos depois, seu apartamento cumpre papel semelhante, mas agora com itens diferentes, que ele mesmo adquiriu ao longo dos anos. O pesquisador criou um site sobre Gonzaga e a página Isto É Forró no Facebook. Prestou consultorias para o Museu Cais do Sertão, no Recife; o filme Gonzaga: De Pai para Filho, de Breno Silveira; e o enredo O Dia em que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão, da escola de Samba Unidos da Tijuca, campeã do Carnaval carioca em 2012.
Frente a toda essa bagagem física e simbólica que guarda, restou-lhe uma conclusão. “Não tem divisão de classe quando se fala dele. Desde o assalariado, o desempregado ao cara mais rico da sociedade, todos se emocionam ao ouvir Luiz Gonzaga. É incrível como ele transita por todos os territórios, segmentos e todos os tipos de coração”.
Na fala emocionada de Paulo, ainda vive um garoto entusiasta do ídolo. E ele também reconhece em outras pessoas a eternidade de Luiz. “No brilho dos olhos daquele menino, o sanfoneiro Kayro, você vê Gonzaga. É impressionante, uma chama que nunca vai se apagar”. Essa história, aliás, já foi cantada há muito tempo. “O candeeiro se apagou, o sanfoneiro cochilou, a sanfona não parou e o forró continuou”. E continuará.
Com informações do Diário do Nordeste